Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶
🐎 Relato de Caso Clínico – Abscedação em Equino
Paciente: Cavalo Quarto de Milha, macho, 8 anos
Tutor: Produtor rural – Região de Salesópolis/SP
Motivo da consulta: Claudicação em membro posterior esquerdo, associada a inchaço progressivo na região glútea
Histórico Clínico:
O tutor relatou que o animal havia recebido uma aplicação intramuscular de penicilina benzatina, administrada por um funcionário da propriedade, 5 dias antes da consulta. Três dias após a aplicação, notou-se aumento de volume, calor e sensibilidade no local. O cavalo passou a apresentar dor ao toque, relutância em movimentar-se e mancar com intensidade variável.
Exame Físico:
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Temperatura: 38,9ºC
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Frequência cardíaca: 48 bpm
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Frequência respiratória: 20 mrm
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MM: Rosadas, tempo de preenchimento capilar normal
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Avaliação local: Presença de edema firme e quente na musculatura glútea esquerda, com aproximadamente 20 cm de diâmetro. Dor à palpação, sem fistulização no momento.
Diagnóstico Presuntivo:
Abscesso pós-aplicação intramuscular.
Conduta Clínica:
Optou-se por iniciar terapia com anti-inflamatório não esteroidal (flunixin meglumine) e antibiótico de largo espectro (sulfatrimetoprim oral), além da aplicação local de compressas mornas para acelerar a maturação do abscesso.
Após 48 horas, foi observada amolecimento da área central e formação de ponto de flutuação. Realizou-se drenagem cirúrgica sob sedação leve (detomidina + butorfanol), seguida por lavagem abundante com solução fisiológica e instilação de iodo povidona diluído a 1%.
Foi orientado ao tutor que realizasse limpeza diária com solução antisséptica e mantivesse o animal em ambiente seco e limpo. A antibioticoterapia foi mantida por 7 dias.
Evolução:
A partir do terceiro dia pós-drenagem, observou-se melhora significativa da claudicação, redução do edema e ausência de secreção purulenta. No sétimo dia, a ferida apresentava tecido de granulação saudável e cicatrização satisfatória.
Discussão:
Abscedações em equinos, especialmente pós-injeção intramuscular, são frequentemente associadas a técnica inadequada de aplicação, escolha incorreta do fármaco ou falta de assepsia. A penicilina benzatina é sabidamente irritante para o tecido muscular equino e deve ser evitada, salvo com extremo cuidado.
A drenagem oportuna, aliada à antibioticoterapia e cuidados com o ambiente, são essenciais para a recuperação e prevenção de complicações mais graves, como celulite ou sepse.
Conclusão:
A abscedação, embora comum, pode comprometer seriamente o bem-estar e desempenho de cavalos atletas ou de trabalho. A orientação ao tutor quanto à administração correta de medicamentos e o pronto atendimento veterinário fazem toda a diferença no prognóstico.
Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior
Médico Veterinário – CRMV-SP 23098
Atendimento domiciliar em Mogi das Cruzes e Região
Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶
Para saber mais sobre essa condição, causas, sintomas e como agir, leia também:
Abscedação em Animais: O Que É, Causas, Sintomas e Tratamentos