Dermatites alérgicas em pets: como identificar e tratar com base científica

Dermatites alérgicas em pets: como identificar e tratar com base científica

Por Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior – Médico Veterinário | CRMV 23098

As dermatites alérgicas estão entre os problemas de pele mais comuns em cães e gatos. Elas causam coceira intensa, vermelhidão e desconforto, afetando diretamente a qualidade de vida dos pets. Neste artigo, vamos explicar de forma clara e científica como identificar, diagnosticar e tratar esse tipo de dermatite — sempre com a orientação de um médico-veterinário.




O que são dermatites alérgicas?

As dermatites alérgicas são reações inflamatórias da pele causadas por uma resposta exagerada do sistema imunológico a substâncias normalmente inofensivas, como pólen, ácaros, alimentos ou picadas de pulgas.

As principais formas de dermatite alérgica em pets incluem:

  • Dermatite Alérgica à Picada de Pulga (DAPP)

  • Dermatite Atópica Canina ou Felina (DAC/DAF)

  • Alergia Alimentar

  • Dermatite de Contato (mais rara)


Sinais clínicos mais comuns

  • Prurido (coceira intensa), especialmente em orelhas, patas, abdômen e base da cauda

  • Lambedura ou mordedura excessiva

  • Vermelhidão, feridas, crostas ou perda de pelo

  • Infecções secundárias por bactérias ou fungos (ex: piodermite, Malassezia spp.)

  • Otites recorrentes (em especial nos casos de dermatite atópica)

🔬 Importante: Os sinais podem variar de acordo com o tipo de alergia e a espécie (gato ou cachorro), e muitas vezes se sobrepõem.


Diagnóstico diferencial: um passo essencial

O diagnóstico deve sempre ser feito por um veterinário. Isso porque não existe um exame único que detecte todas as causas de dermatite. O processo pode incluir:

  • Anamnese completa (histórico do animal, ambiente, dieta)

  • Exame clínico detalhado

  • Raspado de pele, citologia ou cultura para excluir ectoparasitas ou infecções secundárias

  • Teste de exclusão alimentar (para identificar alergia alimentar)

  • Testes intradérmicos ou sorológicos (para diagnóstico de dermatite atópica)

  • Controle de pulgas rigoroso para descartar DAPP


Tratamento: abordagem personalizada e contínua

🧪 1. Controle do agente causador

  • Pulgas: uso de antiparasitários eficazes (ex: isoxazolinas) para todos os animais do ambiente

  • Alergia alimentar: dieta hipoalergênica com proteína hidrolisada ou nova fonte proteica por 8-12 semanas

  • Dermatite atópica: manejo ambiental e identificação de alérgenos (quando possível)

💊 2. Terapia medicamentosa

  • Antihistamínicos (com eficácia limitada)

  • Corticosteroides (uso com cautela)

  • Oclacitinib (Apoquel®) ou Lokivetmab (Cytopoint®) para casos moderados a graves

  • Ácidos graxos essenciais (ômega 3 e 6) como adjuvantes

  • Antibióticos ou antifúngicos (em casos de infecção secundária)

🛁 3. Cuidados tópicos

  • Banhos terapêuticos com shampoos antialérgicos ou antifúngicos

  • Sprays, loções ou hidratantes dermatológicos veterinários


Dermatite alérgica em gatos: atenção redobrada

Nos gatos, a dermatite alérgica pode se manifestar como complexo granuloma eosinofílico felino, lesões de lambedura intensa, alopecia simétrica ou ulcerações. O diagnóstico e tratamento seguem os mesmos princípios, mas exigem maior atenção, pois os felinos são mais sensíveis a alguns medicamentos.


A importância do acompanhamento veterinário

A dermatite alérgica não tem cura definitiva, mas com diagnóstico precoce e tratamento individualizado, é possível controlar os sintomas e proporcionar bem-estar ao pet.

Nunca medique seu animal por conta própria. O uso inadequado de corticoides, antibióticos ou antipulgas pode agravar o quadro ou causar efeitos colaterais graves.


Conclusão

Se o seu cão ou gato apresenta coceira frequente, lesões na pele ou lambedura excessiva, procure um médico-veterinário. O tratamento correto, com base científica e ajustado para o perfil do seu pet, pode fazer toda a diferença.


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🐶 Nutrição Canina: Como Escolher a Ração Ideal para o Seu Cão

 Nutrição Canina: Como Escolher a Ração Ideal para o Seu Cão

Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


🐶 Nutrição Canina: Como Escolher a Ração Ideal para o Seu Cão

A alimentação é um dos pilares da saúde do seu cão. Uma nutrição equilibrada previne doenças, fortalece o sistema imunológico, mantém o peso adequado e garante energia para as atividades diárias. Com tantas opções disponíveis no mercado — rações secas, úmidas, naturais, premium, super premium — muitos tutores ficam em dúvida: qual é a ração ideal para o meu cão?

Neste guia completo, você vai entender o que observar na hora de escolher, os tipos de rações disponíveis, e os critérios que realmente importam para oferecer o melhor ao seu pet.




✅ Por que a Nutrição Canina é Tão Importante?

Assim como os humanos, os cães precisam de uma combinação equilibrada de proteínas, carboidratos, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais. A alimentação correta contribui para:

  • Manutenção de ossos, músculos e órgãos saudáveis

  • Imunidade forte contra infecções e doenças

  • Energia para brincadeiras, passeios e exercícios

  • Pelagem bonita e pele saudável

  • Longevidade com qualidade de vida


🍽️ Tipos de Ração para Cães

1. Ração Comum (Standard)

  • Mais acessível, mas geralmente com menor qualidade nutricional.

  • Contém muitos subprodutos, corantes e aditivos.

  • Pode ser suficiente em alguns casos, mas não é ideal para cães com sensibilidades ou necessidades específicas.

2. Ração Premium

  • Melhora na qualidade dos ingredientes.

  • Maior digestibilidade e melhor balanceamento nutricional.

  • Boa opção para cães saudáveis que não têm restrições alimentares.

3. Ração Super Premium

  • Ingredientes de alta qualidade, com proteína de origem nobre (como frango, cordeiro, salmão).

  • Alta absorção de nutrientes, menor volume de fezes.

  • Frequentemente inclui ingredientes funcionais (ômega-3, prebióticos, condroitina).

  • Ideal para quem busca o melhor custo-benefício em saúde canina.

4. Rações Especiais ou Terapêuticas

  • Prescritas por veterinários para tratar condições específicas como:

    • Problemas renais

    • Obesidade

    • Alergias alimentares

    • Diabetes

  • Nunca devem ser usadas sem orientação profissional.

5. Ração Natural / Holística

  • Composição mais limpa, livre de transgênicos, corantes e conservantes artificiais.

  • Muitas vezes, usa ingredientes de grau humano.

  • Ideal para tutores que valorizam uma nutrição mais próxima da natural, mas com praticidade.


🔍 Como Escolher a Ração Ideal para o Seu Cão

🐾 1. Considere a Idade do Cão

  • Filhotes (até 12 meses): precisam de rações específicas com mais calorias, cálcio e DHA para desenvolvimento.

  • Adultos (1 a 7 anos): devem manter uma dieta equilibrada conforme o porte e atividade.

  • Idosos (7+ anos): necessitam de menos calorias e mais suporte articular e cognitivo.

🐾 2. Avalie o Porte do Cão

  • Pequeno: requer rações com grãos pequenos e suporte a metabolismo mais acelerado.

  • Médio e grande: precisam de suporte articular, proteínas de qualidade e porções ajustadas.

🐾 3. Verifique o Estado de Saúde

  • Cães com alergias, sobrepeso, doenças renais, digestivas ou articulares precisam de dietas específicas.

  • Sempre consulte o veterinário nesses casos.

🐾 4. Leia o Rótulo

Busque rações com:

  • Proteína de origem animal como 1º ingrediente (ex: frango, salmão, cordeiro)

  • Poucos aditivos químicos

  • Presença de fibras, prebióticos, ômega-3 e vitaminas

Evite rações com:

  • Subprodutos de carne genéricos ("farinha de carne e ossos")

  • Corantes artificiais

  • Açúcares ou excesso de sódio


⚖️ Ração vs Alimentação Natural: Qual é Melhor?

Ambas podem ser boas — desde que sejam bem formuladas. A ração tem a vantagem da praticidade e equilíbrio garantido pelas marcas de confiança. Já a alimentação natural (AN) deve ser personalizada por um veterinário nutrólogo e exige mais cuidado na preparação e suplementação.


📋 Dica: Observe o Comportamento e o Corpo do Seu Cão

Uma ração adequada se reflete em:

  • Pelagem brilhante e pele saudável

  • Energia e disposição

  • Fezes firmes e com pouco odor

  • Peso corporal estável

Se seu cão demonstra coceiras, queda excessiva de pelos, diarreia ou apatia, pode ser sinal de que a ração não está adequada.


🛒 Como Introduzir uma Nova Ração

A troca deve ser feita gradualmente, ao longo de 7 dias:

  1. Dia 1-2: 25% nova ração + 75% antiga

  2. Dia 3-4: 50% nova + 50% antiga

  3. Dia 5-6: 75% nova + 25% antiga

  4. Dia 7: 100% nova ração

Esse processo ajuda a evitar desconfortos digestivos.


✅ Conclusão

Escolher a ração ideal para seu cão é um ato de carinho, responsabilidade e cuidado com sua saúde. Avaliar idade, porte, necessidades individuais e qualidade dos ingredientes é fundamental para oferecer uma alimentação segura, saborosa e completa.

Em caso de dúvida, sempre consulte um médico-veterinário — ele é o melhor guia na hora de garantir uma nutrição adequada para o seu melhor amigo!


Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶

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🐱 Alimentação Natural para Gatos: Benefícios e Receitas

Alimentação Natural para Gatos: Benefícios e Receitas

Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


🐱 Alimentação Natural para Gatos: Benefícios e Receitas

A alimentação natural (AN) para gatos tem ganhado cada vez mais espaço entre os tutores que buscam oferecer uma dieta mais saudável, balanceada e próxima do que os felinos comeriam na natureza. Quando bem formulada, ela pode proporcionar inúmeros benefícios à saúde dos gatos, prevenindo doenças e melhorando a qualidade de vida.

Neste guia completo, você vai entender o que é alimentação natural, quais são seus benefícios, cuidados essenciais e até receitas base para oferecer ao seu gato com segurança.


                                     



✅ O Que é Alimentação Natural para Gatos?

A alimentação natural é um tipo de dieta feita com ingredientes frescos e naturais (carnes, vísceras, ovos, vegetais), preparados especialmente para o consumo animal — sem conservantes artificiais, corantes ou subprodutos comuns nas rações comerciais.

Existem dois tipos principais:

  • AN cozida balanceada (sem ossos, cozida e suplementada)

  • AN crua balanceada (dieta BARF) (com ossos crus moídos, carnes e vísceras cruas)

⚠️ Importante: Toda dieta natural precisa ser formulada por um veterinário nutrólogo, pois gatos têm necessidades nutricionais específicas e podem desenvolver deficiências sérias se a dieta for mal formulada.


🧬 Por que a Alimentação Natural é boa para Gatos?

✔️ Benefícios comprovados:

  1. Melhora da pelagem e pele
    A alimentação rica em proteínas de qualidade e ácidos graxos melhora o brilho e reduz a queda de pelos.

  2. Fezes com menos odor e volume
    Por ser mais aproveitada pelo organismo, a AN gera menos resíduos e reduz o mau cheiro das fezes.

  3. Hidratação natural
    Com alto teor de umidade, a dieta ajuda a prevenir problemas renais, comuns em gatos que bebem pouca água.

  4. Controle de peso
    A dieta natural pode ser ajustada com precisão para prevenir obesidade ou desnutrição.

  5. Melhora da imunidade e longevidade
    Com ingredientes frescos e livres de ultraprocessados, o sistema imunológico se fortalece e o risco de doenças reduz.


🍽️ Cuidados Antes de Começar

  • Consulte um médico veterinário especializado em nutrição felina.

  • Faça exames laboratoriais para avaliar a saúde geral do gato antes da transição.

  • Nunca improvise: gatos precisam de taurina, cálcio e outros nutrientes em quantidades exatas.

  • Não substitua a ração por alimentação caseira sem supervisão.

  • Não ofereça temperos, cebola, alho, ossos cozidos ou alimentos tóxicos para gatos.


🍲 Receitas Base de Alimentação Natural Cozida (Exemplo)

⚠️ Estas receitas são apenas exemplares e devem ser ajustadas com base no peso, idade, saúde e nível de atividade do gato. Consulte um veterinário!

📌 Receita Base (para 1 dia – gato de 4kg adulto saudável)

Ingredientes:

  • 80g de carne magra (frango, boi ou peixe) – cozida sem sal

  • 20g de fígado ou coração (cozido)

  • 10g de abóbora ou cenoura cozida

  • 1 gema de ovo cozida

  • 1/2 colher de chá de óleo de peixe (ômega-3)

  • Suplementos veterinários prescritos (como fonte de taurina, cálcio, vitamina E, etc.)

Modo de preparo:

  1. Cozinhe bem todas as carnes e vegetais, sem sal, alho ou cebola.

  2. Misture os ingredientes e adicione os suplementos prescritos.

  3. Espere esfriar e sirva em pequenas porções.

  4. Armazene o restante em potes na geladeira por até 2 dias ou congele por até 1 semana.


🔄 Transição da Ração para Alimentação Natural

A mudança deve ser feita gradualmente, ao longo de 7 a 15 dias:

  1. Comece misturando 10% de AN com 90% de ração.

  2. Aumente a porcentagem da AN aos poucos, a cada 2 dias.

  3. Observe a aceitação, fezes, comportamento e apetite.

  4. Nunca force a mudança se o gato mostrar rejeição ou desconforto.


❌ Alimentos Proibidos para Gatos

  • Cebola e alho (mesmo em pequenas quantidades)

  • Chocolate

  • Uvas e uvas-passas

  • Leite e derivados (a maioria dos gatos é intolerante à lactose)

  • Ossos cozidos

  • Temperos, sal, açúcar

  • Café, álcool e adoçantes artificiais


🐾 Conclusão

A alimentação natural para gatos pode transformar a saúde e bem-estar do seu pet — mas precisa ser feita com responsabilidade, orientação profissional e muito cuidado. Uma dieta equilibrada e personalizada respeita as necessidades biológicas do felino e contribui para uma vida mais longa e feliz.

Antes de qualquer mudança, consulte sempre um veterinário nutrólogo. Com amor, informação e orientação certa, seu gato só tem a ganhar!


Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶



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🐮 Suplementação na Seca para Bovinos de Corte e Leite: Estratégias Nutricionais para Aumentar a Produção

 


Suplementação Estratégica na Seca: Quando e Como Fazer na Produção de Bovinos de Corte e de Leite

AutoresDr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098
Instituição: FAJ Medicina Veterinária


Resumo

Durante o período seco do ano, a escassez e a baixa qualidade da forragem impõem desafios significativos para a pecuária de corte e leite no Brasil, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais. A suplementação estratégica surge como uma ferramenta fundamental para manter o desempenho produtivo e reprodutivo dos rebanhos. Este artigo revisa os fundamentos técnicos da suplementação na seca, diferenciando as estratégias para bovinos de corte e de leite. São discutidos os tipos de suplementos, momentos ideais de fornecimento, níveis nutricionais recomendados e impacto econômico. O objetivo é oferecer subsídios técnicos para decisões mais eficientes e sustentáveis no manejo nutricional durante a estiagem.

Palavras-chave: suplementação estratégica, seca, bovinos de corte, bovinos de leite, nutrição animal, produção sustentável.






1. Introdução

O Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, com destaque para a produção de carne e leite em sistemas predominantemente a pasto. No entanto, a sazonalidade da produção de forragem nos sistemas tropicais compromete a sustentabilidade produtiva, sobretudo durante a estação seca, quando há diminuição acentuada na disponibilidade e qualidade da pastagem (MENEGHETTI et al., 2019). Nesse contexto, a suplementação estratégica é uma alternativa eficaz para suprir as deficiências nutricionais e garantir a produtividade dos animais.


2. Fundamentação Técnica e Nutricional

2.1. Alterações na pastagem durante a seca

Durante a estiagem, o teor de proteína bruta nas gramíneas tropicais pode cair para menos de 6%, nível insuficiente para manter a atividade microbiana ruminal (NRC, 2016). Além disso, há redução na digestibilidade da fibra e no consumo voluntário de matéria seca, o que impacta negativamente o ganho de peso e a produção de leite.

2.2. Conceito de suplementação estratégica

Suplementação estratégica refere-se ao fornecimento de nutrientes adicionais em momentos críticos do ciclo produtivo, visando manter o desempenho animal, reduzir perdas e melhorar a eficiência econômica do sistema (PAULINO et al., 2008). A escolha do tipo de suplemento depende da categoria animal, objetivo produtivo, qualidade da forragem e estrutura do sistema de produção.


3. Suplementação na Pecuária de Corte

3.1. Objetivos

  • Manutenção ou incremento do ganho de peso.

  • Preparação de animais para terminação no período das águas.

  • Redução da idade de abate.

3.2. Estratégias nutricionais

  • Suplementação proteica (0,1 a 0,3% do PV): indicada para pastagens de baixa qualidade. Melhora a digestibilidade da fibra e estimula o consumo de forragem.

  • Suplementação proteico-energética (0,5 a 1,0% do PV): recomendada para recria ou engorda de maior exigência.

  • Suplementação de terminação a pasto: pode atingir níveis de 1,0 a 1,5% do peso vivo, utilizando fontes energéticas como milho, sorgo ou polpa cítrica.

3.3. Resultados esperados

Estudos apontam ganhos médios adicionais de 400 a 600 g/dia na recria e até 1.200 g/dia na terminação com suplementação adequada na seca (VALADARES FILHO et al., 2021).


4. Suplementação na Pecuária de Leite

4.1. Objetivos

  • Manutenção da curva de lactação.

  • Sustentação do escore corporal e saúde reprodutiva.

  • Redução de custos com volumoso conservado (silagem, feno).

4.2. Estratégias nutricionais

  • Suplementação com concentrado balanceado (dependente da produção de leite): pode variar entre 0,4 a 0,6 kg de concentrado por litro de leite produzido.

  • Utilização de fontes proteicas (farelo de soja, ureia) e energéticas (milho, sorgo).

  • Suplementação mineral específica: correção de deficiências comuns na seca, como fósforo e zinco.

4.3. Considerações práticas

A vaca em lactação apresenta maior exigência nutricional, sendo crucial monitorar consumo, escore de condição corporal e produção diária. O uso de dietas totais (TMR) pode ser vantajoso em sistemas confinados durante a seca.


5. Análise Econômica e Sustentabilidade

Embora o custo com suplementação aumente durante a seca, os benefícios em desempenho animal e retorno produtivo compensam o investimento. A suplementação estratégica permite diluir custos fixos, manter escalas de produção e evitar perdas reprodutivas.

Além disso, práticas bem conduzidas reduzem a pressão sobre a pastagem, melhoram o aproveitamento do recurso forrageiro e contribuem para a sustentabilidade ambiental da pecuária.


6. Conclusão

A suplementação estratégica durante o período seco é essencial para mitigar os efeitos da estacionalidade forrageira nos sistemas de produção de carne e leite. A escolha da estratégia deve considerar as exigências nutricionais dos animais, a disponibilidade de forragem e os objetivos do sistema produtivo. Com planejamento adequado, é possível melhorar o desempenho técnico, a rentabilidade e a sustentabilidade da atividade pecuária.


Referências 

  • NRC – National Research Council. Nutrient Requirements of Beef Cattle. 8th ed. Washington, D.C.: National Academy Press, 2016.

  • PAULINO, M. F. et al. Estratégias de suplementação para bovinos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, p.244-255, 2008.

  • VALADARES FILHO, S.C. et al. Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados – BR-CORTE. 4ª ed. Viçosa: UFV, 2021.

  • MENEGHETTI, V. M. et al. Produção animal em pastagens tropicais na seca: desafios e alternativas. Revista Campo Grande Agropecuária, v.15, p.12-20, 2019.


Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098



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Miopatia Endócrina em Cães e Gatos: Causas, Sintomas e Tratamento

Miopatia Não Inflamatória Endócrina em Animais Domésticos: Uma Revisão Científica

Autor: Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior – CRMV-SP 23098


Resumo

As miopatias não inflamatórias endócrinas representam um grupo de distúrbios musculares secundários a alterações hormonais sistêmicas, particularmente relacionadas a doenças endócrinas como o hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus. Esses distúrbios podem afetar cães e gatos, resultando em fraqueza muscular, intolerância ao exercício e alterações histopatológicas musculares. O objetivo deste artigo é revisar os principais mecanismos fisiopatológicos, manifestações clínicas, diagnóstico e condutas terapêuticas relacionadas às miopatias endócrinas não inflamatórias na clínica veterinária de pequenos animais.

Palavras-chave: miopatia endócrina, hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo, cães, gatos, patologia muscular




1. Introdução

Miopatias são distúrbios que afetam diretamente a estrutura ou a função dos músculos esqueléticos. Dentre essas, as miopatias não inflamatórias endócrinas constituem um grupo clínico importante, ainda que subdiagnosticado, em cães e gatos. Elas são secundárias a disfunções hormonais e se caracterizam por alterações musculares sem presença significativa de inflamação. Os hormônios tireoidianos, glicocorticoides e insulina desempenham papel essencial na homeostase muscular, e sua deficiência ou excesso podem comprometer o metabolismo e integridade do tecido muscular.


2. Revisão de Literatura

2.1 Miopatias associadas ao hipotireoidismo

O hipotireoidismo canino é uma das principais causas endócrinas de miopatia. A deficiência dos hormônios T3 e T4 provoca redução na síntese proteica, metabolismo basal e condução neuromuscular. As alterações musculares incluem atrofia de fibras do tipo II, degeneração segmentar e acúmulo de mucopolissacarídeos.

Manifestações clínicas: fraqueza, letargia, intolerância ao exercício e, em casos mais graves, miopatia laríngea ou facial.

2.2 Miopatias associadas ao hiperadrenocorticismo (síndrome de Cushing)

O excesso de cortisol endógeno ou exógeno resulta em catabolismo proteico, principalmente nas fibras do tipo II, levando à atrofia muscular. É frequente em cães de meia idade a idosos.

Manifestações clínicas: fraqueza muscular proximal, abdômen pendular, intolerância ao exercício, dificuldade de subir escadas ou saltar.

2.3 Miopatias associadas ao diabetes mellitus

Embora menos comum, a hiperglicemia crônica pode levar a neuropatia periférica e degeneração muscular. Há relatos principalmente em gatos.

Manifestações clínicas: fraqueza nos membros posteriores, plantigradia, perda muscular generalizada.


3. Diagnóstico

3.1 Exame clínico e histórico

A anamnese detalhada com sinais de doença endócrina (ganho de peso, letargia, alterações dermatológicas) deve orientar a suspeita diagnóstica.

3.2 Exames laboratoriais

  • Hormônios T4, TSH (hipotireoidismo)
  • Cortisol basal e testes de supressão/estimulação (hiperadrenocorticismo)
  • Glicemia e insulina (diabetes mellitus)

3.3 Eletromiografia e biópsia muscular

Podem revelar baixa amplitude de ação muscular e alterações histopatológicas compatíveis com atrofia ou degeneração sem infiltrado inflamatório.


4. Discussão

A abordagem das miopatias endócrinas deve considerar a etiologia primária como foco terapêutico. O tratamento de reposição hormonal no hipotireoidismo, uso de trilostano no hiperadrenocorticismo e controle glicêmico no diabetes costumam levar à melhora clínica progressiva. A reversibilidade parcial ou completa das alterações musculares depende da duração da disfunção endócrina e da resposta ao tratamento.

A identificação precoce é essencial para evitar sequelas musculares irreversíveis. A miopatia, embora muitas vezes subclínica, pode ser o primeiro indicativo de uma endocrinopatia subjacente. O uso de exames complementares, especialmente biópsias musculares, pode esclarecer casos atípicos.


5. Conclusão

As miopatias não inflamatórias endócrinas devem sempre ser consideradas no diagnóstico diferencial de animais com fraqueza, intolerância ao exercício ou atrofia muscular. O reconhecimento clínico, aliado ao diagnóstico laboratorial e histopatológico, permite o manejo eficaz e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. A integração entre endocrinologia e neurologia veterinária é fundamental para o sucesso terapêutico.


6. Referências Bibliográficas

  1. Evans, H. E., & de Lahunta, A. (2013). Miller’s Anatomy of the Dog. Elsevier Health Sciences.
  2. Feldman, E.C., & Nelson, R.W. (2014). Endocrinologia e Medicina Interna de Pequenos Animais. Elsevier.
  3. Dewey, C.W., & da Costa, R.C. (2020). Practical Guide to Canine and Feline Neurology. Wiley-Blackwell.
  4. Platt, S.R., & Olby, N.J. (2013). BSAVA Manual of Canine and Feline Neurology. BSAVA.
  5. Chrisman, C.L. (2006). Neurologic Examination and Neuroanatomical Diagnosis. In Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice.

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Comportamento Felino: Desmistificando os Mistérios dos Gatos

Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


Título:
Comportamento Felino: Desmistificando os Mistérios dos Gatos

Autor:
Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior, CRMV-SP 23098


Resumo

O comportamento felino, por muito tempo envolto em mitos e interpretações equivocadas, tem ganhado crescente atenção na medicina veterinária e etologia. Este artigo busca compreender e esclarecer os principais aspectos comportamentais dos gatos domésticos (Felis catus), analisando suas interações sociais, comunicação, instintos naturais e adaptações ao ambiente doméstico. Através de revisão bibliográfica e observação clínica, desmistificam-se comportamentos frequentemente interpretados como distantes, agressivos ou aleatórios, promovendo uma melhor convivência entre tutores e felinos. A abordagem correta do comportamento felino é essencial para o bem-estar animal e prevenção de distúrbios comportamentais.

Palavras-chave: comportamento felino, etologia, gatos, bem-estar animal, comunicação felina





1. Introdução

Os gatos domésticos são animais fascinantes que dividem lares humanos há milhares de anos. Embora amplamente populares como animais de companhia, seu comportamento ainda é cercado de mitos e mal-entendidos. Comumente considerados solitários ou imprevisíveis, os gatos apresentam um repertório comportamental complexo, com base em sua evolução, instintos de caça e mecanismos de comunicação sutis. Este artigo visa desmistificar tais comportamentos e contribuir para uma compreensão científica e empática dos felinos.



2. Aspectos Evolutivos do Comportamento Felino

O Felis catus descende do gato selvagem africano (Felis lybica), espécie solitária e territorial. A domesticação ocorreu de forma diferente da dos cães, sendo mais baseada na aproximação voluntária dos gatos aos humanos, especialmente em locais com oferta de alimento. Isso explica traços comportamentais ainda presentes, como a necessidade de controle do território, caça mesmo em gatos alimentados, e certa independência nas interações sociais.



3. Comunicação e Linguagem Corporal

Os gatos se comunicam por meio de uma combinação de vocalizações, posturas corporais, expressões faciais e feromônios. O miado, embora não comum entre gatos selvagens adultos, é utilizado pelos domésticos especialmente para interagir com humanos. Outras vocalizações incluem ronronar, sibilar e grunhir, cada uma com funções distintas.

A linguagem corporal é um dos principais meios de comunicação felina: cauda ereta indica boas intenções, orelhas para trás ou pupilas dilatadas podem sinalizar medo ou agressividade. O uso de feromônios para marcação territorial (como o esfregar da cabeça) também é vital para seu bem-estar e orientação no ambiente.



4. Comportamentos Naturais e Ambientação Doméstica

Entre os comportamentos naturais mais comuns estão:

  • Caça: Mesmo gatos bem alimentados mantêm o comportamento de caça como instinto natural.

  • Afastamento e descanso: Gatos dormem até 16 horas por dia, muitas vezes em locais altos e seguros.

  • Arranhadura: Usada para demarcar território e afiar unhas.

  • Enterrar fezes: Prática herdada de felinos selvagens para evitar atrair predadores ou competidores.

No ambiente doméstico, é fundamental oferecer estímulos físicos e mentais, como brinquedos, arranhadores, locais para escalar e esconderijos. A ausência de tais recursos pode resultar em estresse, agressividade, micção inadequada ou apatia.



5. Mitos Comuns e Interpretações Errôneas

Alguns dos principais mitos incluem:

  • Gatos são falsos”: Na verdade, gatos apenas demonstram afeto de formas diferentes, com sutileza.

  • Gatos não gostam de pessoas”: Muitos gatos criam fortes laços afetivos com seus tutores.

  • Gatos fazem xixi fora da caixa por vingança”: Problemas de micção geralmente indicam estresse, doença urinária ou aversão à caixa de areia.

Esses equívocos podem gerar abandono ou maus-tratos. A educação dos tutores é essencial para garantir uma convivência harmoniosa.



6. Considerações Finais

A compreensão científica do comportamento felino é fundamental para a promoção do bem-estar animal e para a prevenção de problemas de convivência. A desmistificação dos comportamentos dos gatos permite aos tutores uma convivência mais empática e ajustada às necessidades naturais da espécie. Recomenda-se que médicos-veterinários orientem seus clientes sobre comportamento e ambiente, utilizando sempre abordagens baseadas em reforço positivo e respeito ao etograma felino.



Referências Bibliográficas

  • Bradshaw, J. W. S. (2013). Cat Sense: How the New Feline Science Can Make You a Better Friend to Your Pet. Basic Books.

  • Landsberg, G., Hunthausen, W., Ackerman, L. (2012). Behavior Problems of the Dog and Cat. Saunders Elsevier.

  • Overall, K. L. (2013). Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats. Elsevier Health Sciences.

  • Ellis, S. L. H., et al. (2015). The importance of cat-friendly environments. Journal of Feline Medicine and Surgery, 17(9), 760–772.

  • Yin, S. (2009). Low Stress Handling, Restraint and Behavior Modification of Dogs & Cats. CattleDog Publishing.


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Hérnia de Hiato em Cães e Gatos: Revisão e Abordagem Clínica

Hérnia de Hiato em Cães e Gatos: Revisão Clínica Completa | Doutor dos Animais, Dr. Roque Antônio de Almeida Junior

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Hérnia de Hiato em Cães e Gatos: Revisão e Abordagem Clínica

Autor: Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior, CRMV 23098
Afiliado: www.doutordosanimais.com.br


Resumo

A hérnia de hiato é uma condição rara em cães e gatos, caracterizada pelo deslocamento de parte do estômago através do hiato esofágico do diafragma para o tórax. Embora incomum, essa afecção pode causar sinais clínicos gastrointestinais significativos, como regurgitação, vômitos e disfagia. Este artigo visa revisar a fisiopatologia, classificação, sinais clínicos, diagnóstico e opções terapêuticas da hérnia de hiato em pequenos animais, com base em literatura científica atualizada e casos clínicos relatados. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado, seja clínico ou cirúrgico, são essenciais para o prognóstico positivo.

Palavras-chave: hérnia hiatal, cães, gatos, gastroenterologia veterinária, regurgitação, diagnóstico por imagem.




1. Introdução

A hérnia de hiato consiste no deslocamento de parte do estômago para o interior da cavidade torácica por meio do hiato esofágico, normalmente reservado para a passagem do esôfago. Embora mais comum em humanos, essa condição também pode afetar cães e, mais raramente, gatos. O conhecimento desta patologia é fundamental para clínicos e cirurgiões veterinários, dada a sua associação com refluxo gastroesofágico e complicações respiratórias.



2. Revisão de Literatura

2.1 Definição e Classificação

De acordo com Evans & de Lahunta (2013), a hérnia de hiato pode ser classificada em quatro tipos:

  • Tipo I (deslizante): parte do esôfago abdominal e do cárdia do estômago se deslocam para o tórax.

  • Tipo II (paraesofágica): a cárdia permanece no lugar, mas o fundo gástrico hernia ao lado do esôfago.

  • Tipo III (mista): combinação dos tipos I e II.

  • Tipo IV: presença de outros órgãos, como cólon ou baço, também herniando pelo hiato.

2.2 Fisiopatologia

O enfraquecimento das estruturas que compõem o hiato diafragmático, associado a fatores congênitos ou adquiridos (traumas, aumento da pressão intra-abdominal), permite o deslocamento do estômago. Isso compromete o funcionamento do esfíncter esofágico inferior, favorecendo o refluxo ácido e lesões esofágicas.

2.3 Predisposição Racial

Algumas raças braquicefálicas como Bulldog Inglês, Pug e Shih Tzu apresentam predisposição à hérnia de hiato devido à pressão negativa torácica exacerbada pela síndrome braquicefálica. Em gatos, relatos são raros, mas podem ocorrer em Persas.



3. Materiais e Métodos (Base Teórica)

Este trabalho foi baseado em uma revisão integrativa da literatura, com busca nas bases de dados PubMed, Scielo, ScienceDirect e VIN (Veterinary Information Network), com artigos publicados entre 2000 e 2024. Foram incluídos artigos originais, revisões sistemáticas e relatos de caso sobre hérnia de hiato em cães e gatos, usando os descritores: “hiatal hernia”, “dogs”, “cats”, “gastroesophageal reflux”, “veterinary gastroenterology”.



4. Discussão

4.1 Sinais Clínicos

  • Regurgitação crônica

  • Disfagia

  • Vômito pós-prandial

  • Perda de peso

  • Salivação excessiva

  • Tosse e sinais respiratórios (aspiração)

Em casos graves, pode ocorrer pneumonia por aspiração, exigindo tratamento intensivo.

4.2 Diagnóstico

O exame radiográfico torácico com contraste (esofagograma) é fundamental, mas a endoscopia digestiva alta é considerada padrão ouro para visualização direta do refluxo e presença da hérnia. A fluoroscopia também pode ser utilizada para avaliação dinâmica do esôfago.

4.3 Tratamento

Conservador (casos leves):

  • Inibidores de bomba de prótons (omeprazol)

  • Procinéticos (metoclopramida, cisaprida)

  • Dietas fracionadas e elevadas

  • Evitar exercícios após alimentação

Cirúrgico (casos moderados a graves):

  • Herniorrafia hiatal

  • Gastropexia (fixação do estômago)

  • Esofagopexia (fixação do esôfago ao diafragma)

A escolha depende da gravidade clínica, tamanho da hérnia e resposta ao tratamento conservador.



5. Conclusão

A hérnia de hiato em cães e gatos, apesar de rara, deve ser considerada em pacientes com regurgitação persistente e sinais gastrointestinais altos. A suspeita clínica, aliada a exames de imagem e endoscopia, permite o diagnóstico preciso. O tratamento adequado, especialmente quando realizado precocemente, pode oferecer prognóstico favorável. O conhecimento desta condição é essencial para a atuação eficaz do clínico geral e do gastroenterologista veterinário.



6. Referências

  • EVANS, H.E.; DE LAHUNTA, A. Miller’s Anatomy of the Dog. 4ª ed. Elsevier, 2013.

  • HALL, E.J. et al. Gastrointestinal diseases. In: Ettinger, S.J., Feldman, E.C. Textbook of Veterinary Internal Medicine, 8th ed. Elsevier, 2017.

  • STONE, E.A.; WITHROW, S.J. Small Animal Surgical Oncology. Saunders, 2020.

  • KIMMEL, S.E. et al. Hiatal hernia in dogs and cats: a retrospective study. J Am Anim Hosp Assoc, 2000.

  • VIN – Veterinary Information Network. Acesso em abril de 2025.



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🐶 Guia Completo de Vacinação para Cães: Dos Filhotes aos Idosos

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🐶 Guia Completo de Vacinação para Cães: Dos Filhotes aos Idosos

A vacinação é uma das etapas mais importantes na vida de um cão. Ela protege contra doenças graves, muitas vezes fatais, e contribui para a saúde coletiva dos animais e até dos humanos. Neste guia completo, você vai entender quais vacinas seu cão precisa em cada fase da vida, os tipos de vacina, o cronograma ideal, além de dicas para manter a carteirinha em dia.




📌 Por que vacinar seu cão?

As vacinas estimulam o sistema imunológico do cão a produzir defesas contra vírus e bactérias. Mesmo que o animal nunca tenha contato direto com outros cães, ele pode se contaminar por meio de ambientes, objetos ou pessoas contaminadas. Além disso:

  • Evita doenças contagiosas e muitas vezes letais.

  • Reduz surtos de zoonoses (doenças transmitidas de animais para humanos).

  • Prolonga a vida e qualidade de vida do cão.

  • É exigido por hotéis, creches e viagens internacionais.


🐾 Vacinação para Filhotes (de 6 semanas a 6 meses)

Início ideal: a partir de 6 semanas de vida.

Idade do Filhote Vacina Descrição
6-8 semanas V8 ou V10 (1ª dose) Protege contra cinomose, parvovirose, hepatite, leptospirose, entre outras.
9-11 semanas V8 ou V10 (2ª dose) Reforço necessário para efetividade da imunização.
12-14 semanas V8 ou V10 (3ª dose) Último reforço do protocolo inicial.
A partir de 12 semanas Antirrábica Obrigatória por lei; protege contra a raiva.
Após 14 semanas Giárdia e Tosse dos Canis (opcional) Recomendadas para cães com risco ou que convivem com outros animais.

📌 Dica: O filhote só deve sair na rua ou ter contato com outros cães após concluir a última dose da V8/V10 e da antirrábica.


🐕 Vacinação para Cães Adultos (de 6 meses a 7 anos)

Depois de completar o protocolo inicial, o cão entra na fase de reforços anuais.

Frequência Vacina Observação
Anual V8 ou V10 Proteção contínua contra as principais viroses.
Anual Antirrábica Pode ser feita em campanhas públicas ou clínicas privadas.
Anual Tosse dos Canis (BronchiGuard ou Pneumodog) Recomendado para cães que frequentam hotéis, pet shops, creches.
Semestral a Anual Vacina contra Giárdia Importante para ambientes com muitos cães ou água contaminada.
Avaliação individual Leishmaniose (Leish-Tec) Indicada em regiões endêmicas. Requer sorologia prévia.

🧓 Vacinação para Cães Idosos (a partir dos 7 anos)

Cães idosos podem ter resposta imune mais lenta e, por isso, os reforços continuam sendo importantes.

Frequência Vacina Observação
Anual V8 ou V10 Avaliar o estado de saúde antes de aplicar.
Anual Antirrábica Continua sendo obrigatória.
Opcional Tosse dos Canis, Giárdia, Leishmaniose Conforme estilo de vida e saúde geral do cão.

⚠️ Atenção: cães idosos com comorbidades (diabetes, doenças cardíacas, renais) devem ser avaliados por um veterinário antes de serem vacinados.


💉 Tipos de Vacinas: Entenda as Diferenças

  • Vacinas Polivalentes (V6, V8, V10):

    • A V8 e a V10 são as mais comuns no Brasil.

    • A V10 protege contra mais sorovares da leptospirose do que a V8.

  • Vacinas Essenciais (core):

    • V8/V10 e antirrábica.

    • São obrigatórias para todos os cães, independentemente do estilo de vida.

  • Vacinas Não-Essenciais (non-core):

    • Tosse dos canis, giárdia, leishmaniose.

    • Indicadas conforme exposição e região geográfica.

  • Vacinas Importadas vs Nacionais:

    • As importadas geralmente têm maior eficácia e menor risco de reações adversas, mas custam mais.


📘 Carteirinha de Vacinação

A carteirinha é o documento oficial de controle vacinal do seu cão. Nela devem constar:

  • Nome e número do lote das vacinas.

  • Data da aplicação e próxima dose.

  • Nome e assinatura do médico veterinário.

  • Selo do fabricante da vacina.

💡 Mantenha a carteirinha atualizada: ela pode ser exigida em viagens, hospedagens e consultas.


🩺 Quando Evitar Vacinar?

  • Cães doentes, com febre ou diarreia.

  • Durante tratamento com corticoides ou quimioterapia.

  • Fêmeas prenhas (a menos que o veterinário recomende).

  • Animais muito debilitados ou com idade muito avançada (caso a caso).


✅ Dicas Finais

  • Sempre vacine seu cão com um médico veterinário.

  • Evite vacinas aplicadas em pet shops sem acompanhamento profissional.

  • Após a vacinação, observe seu cão por 24 a 48 horas para detectar possíveis reações.

  • Reações leves como sonolência e dor local são normais. Febre alta, vômito ou inchaços exigem retorno ao veterinário.


🐕💉 Conclusão

Vacinar seu cão é um ato de amor e responsabilidade. Com o calendário em dia, você protege não só a saúde do seu amigo de quatro patas, mas também a de toda a comunidade. Independentemente da idade, sempre haverá uma vacina indicada para manter seu pet seguro.


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As 10 Doenças Mais Comuns em Cães e Gatos e Como Preveni-las | Dr. Roque Antônio de Almeida Junior

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🐾 As 10 Doenças Mais Comuns em Cães e Gatos e Como Preveni-las 

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A saúde dos pets é uma das maiores preocupações dos tutores responsáveis. Assim como os humanos, cães e gatos também podem sofrer com diversas doenças ao longo da vida. Algumas delas são evitáveis com cuidados simples, como vacinação, higiene e visitas regulares ao veterinário. Confira a seguir as 10 doenças mais comuns em cães e gatos e como preveni-las.

                                                


🐶 Cães

1. Cinomose

  • O que é: Vírus altamente contagioso que afeta o sistema respiratório, gastrointestinal e nervoso.

  • Prevenção: Vacinação obrigatória (V8 ou V10) a partir de 6 semanas de vida. Evitar contato com animais não vacinados.

2. Parvovirose

  • O que é: Doença viral grave que causa vômitos e diarreia severa.

  • Prevenção: Vacinação precoce e reforços anuais. Evitar locais públicos antes da vacinação completa.

3. Otite

  • O que é: Inflamação do ouvido, geralmente causada por bactérias, fungos ou ácaros.

  • Prevenção: Limpeza regular das orelhas, manter o ouvido seco e visitas regulares ao veterinário.

4. Leptospirose

  • O que é: Doença bacteriana transmitida pela urina de ratos e água contaminada.

  • Prevenção: Vacinação anual e evitar contato com águas paradas.

5. Verminoses

  • O que é: Infestação por vermes intestinais que podem causar anemia, vômitos e fraqueza.

  • Prevenção: Vermifugação periódica conforme orientação veterinária.



🐱 Gatos

6. Doença Renal Crônica

  • O que é: Degeneração progressiva dos rins, comum em gatos idosos.

  • Prevenção: Alimentação balanceada, hidratação adequada e check-ups regulares com exames de sangue e urina.

7. FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina)

  • O que é: Semelhante ao HIV humano, afeta o sistema imunológico.

  • Prevenção: Evitar brigas entre gatos (transmissão por mordidas) e manter gatos dentro de casa.

8. FeLV (Leucemia Viral Felina)

  • O que é: Vírus que compromete o sistema imunológico e pode levar a câncer.

  • Prevenção: Vacinação, evitar contato com gatos infectados e manter o pet em ambiente seguro.

9. Toxoplasmose

  • O que é: Infecção causada por protozoário, pode afetar também humanos.

  • Prevenção: Higiene na caixa de areia, alimentação com ração de qualidade (evitar carnes cruas).

10. Pulgas e Carrapatos

  • O que é: Parasitas externos que causam coceira, alergias e podem transmitir doenças.

  • Prevenção: Uso regular de antipulgas e carrapaticidas, limpeza do ambiente e escovação frequente.


🩺 Dicas Gerais de Prevenção

  • Mantenha a carteira de vacinação atualizada.

  • Realize consultas veterinárias periódicas (pelo menos uma vez ao ano).

  • Ofereça alimentação de qualidade.

  • Promova atividades físicas e mentais.

  • Evite contato com animais doentes ou desconhecidos.


Cuidar da saúde dos seus pets é um ato de amor que garante uma vida longa e feliz ao lado deles. Prevenir é sempre o melhor remédio!



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As 10 Doenças Mais Comuns em Cães e Gatos e Como Preveni-las | Dr. Roque Antônio de Almeida Junior Médico Veterinário Mogi das Cruzes
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Adenocarcinoma Ceruminoso Canino: Revisão Atualizada da Abordagem Diagnóstica e Terapêutica

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Adenocarcinoma Ceruminoso Canino: Revisão Atualizada da Abordagem Diagnóstica e Terapêutica

Roque Antônio de Almeida Júnior, CRMV-SP 23098
Médico Veterinário – Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais


Resumo

O adenocarcinoma ceruminoso é uma neoplasia maligna originada das glândulas apócrinas modificadas do conduto auditivo externo canino. Embora raro, representa o tumor maligno mais comum do canal auditivo externo. O presente artigo revisa aspectos clínicos, histológicos e terapêuticos, com ênfase no estadiamento, diagnóstico diferencial, técnicas cirúrgicas e prognóstico. A exérese cirúrgica ampla com ablação total do conduto auditivo (TECA) associada à osteotomia da bulla timpânica é o tratamento de escolha, especialmente em casos com otite média ou invasão óssea.





1. Introdução

As glândulas ceruminosas, localizadas na porção cartilaginosa do canal auditivo, são glândulas sudoríparas apócrinas modificadas. Seu produto, o cerúmen, atua na defesa do canal auditivo. O adenocarcinoma ceruminoso representa a malignização de sua proliferação celular, muitas vezes precedida de otite externa crônica.


2. Epidemiologia e Fatores de Risco

Acomete principalmente cães de meia-idade a idosos (média de 9 a 12 anos), sem predileção sexual definida. Cocker Spaniels e Poodles são frequentemente afetados. Otite crônica é o principal fator predisponente.


3. Quadro Clínico

Os sinais clínicos são muitas vezes confundidos com otites recidivantes. São eles:

  • Otorreia fétida e ceruminosa

  • Dor à manipulação

  • Presença de massa visível

  • Prurido e eritema

  • Síndrome vestibular periférica (avançado)

  • Linfadenomegalia regional


4. Diagnóstico

4.1 Otoscopia

Visualização direta de massa, inflamação e secreção.

4.2 Imagem

  • TC de crânio: mostra invasão óssea e extensão do tumor

  • RM: útil para invasão intracraniana e avaliação de tecidos moles

  • Radiografias: limitadas, mas podem indicar osteólise

4.3 Citologia e Histopatologia

  • A citologia aspirativa raramente é conclusiva.

  • A biópsia incisional é indicada para histopatologia com HE e imuno-histoquímica (CK7+, CK14+).

  • Características histológicas:

    • Células epiteliais com pleomorfismo

    • Núcleos hipercromáticos, figuras mitóticas frequentes

    • Infiltração de tecidos adjacentes

    • Estruturas tubulares, papilares ou sólidas

Imagem Histológica (HE)

Descrição visual: epitélio glandular formando arranjos acinares irregulares, com estroma colagenoso e inflamação peritumoral. 


5. Estadiamento e Prognóstico

  • Avaliação de linfonodos regionais (citologia ou biópsia)

  • TC torácica para rastreio de metástase (rara)

  • Prognóstico reservado, com alto índice de recidiva local


6. Diagnóstico Diferencial

  • Adenoma ceruminoso

  • Hiperplasia glandular benigna

  • Carcinoma de células escamosas

  • Papilomas

  • Otite granulomatosa


7. Tratamento

7.1 Cirurgia: Protocolo TECA-LBO

Indicação

  • Tumores com invasão profunda

  • Otite média associada

  • Falha de exérese local

Passo a passo cirúrgico

  1. Anestesia geral e antibiótico profilático (cefalosporina de 1ª geração)

  2. Posicionamento lateral do cão

  3. Incisão em forma de “Y” retroauricular

  4. Dissecção do conduto auditivo até a cartilagem anular

  5. Ligadura da artéria auricular posterior

  6. Ressecção total do conduto auditivo externo

  7. Abertura da bulla timpânica com curetagem do epitélio interno

  8. Lavagem com solução salina estéril

  9. Fechamento em camadas com dreno de Penrose, se necessário

  10. Pós-operatório com AINEs e antibióticos

7.2 Radioterapia

Adjuvante nos casos com margens não-limpas

7.3 Quimioterapia

Considerada apenas para metástase

  • Doxorrubicina (30 mg/m² IV a cada 3 semanas)

  • Carboplatina (300 mg/m² IV a cada 3 semanas)


8. Considerações Finais

O adenocarcinoma ceruminoso em cães é uma entidade clínica que exige alto grau de suspeição. Sua semelhança com otites comuns pode atrasar o diagnóstico. A abordagem cirúrgica radical é, até o momento, a opção mais eficaz para o controle local da doença.


Referências

  1. Meuten DJ. Tumors in Domestic Animals. 5th ed. Wiley-Blackwell; 2017.

  2. Gross TL et al. Skin Diseases of the Dog and Cat. Clinical and Histopathologic Diagnosis. 2nd ed. Blackwell Publishing; 2005.

  3. Lamb CR. Imaging ear disease in small animals. Vet Radiol Ultrasound. 1996;37(1):4-11.

  4. Platt SR et al. Brain and spinal cord neoplasia in dogs. Vet Clin North Am Small Anim Pract. 2004;34(1):129-50.

  5. Thompson DJ et al. Ceruminous gland tumors in 17 dogs. Vet Pathol. 2004;41(2):123–126.


Leia Também :

Relato de Caso Clínico: Tumor de Glândula Ceruminosa (Adenocarcinoma) em Cão


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Adenocarcinoma Ceruminoso em Cães: Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico Veterinário
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Hemotórax em Cães e Gatos: O Que É, Sinais de Alerta e Quando Procurar o Veterinário

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Hemotórax em Cães e Gatos: O Que É, Sinais de Alerta e Quando Procurar o Veterinário

Você já ouviu falar em hemotórax? Esse nome pode parecer estranho, mas representa uma emergência grave que pode colocar a vida do seu pet em risco. Saber reconhecer os sinais e agir rápido pode fazer toda a diferença.

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🩸 O que é Hemotórax?

O hemotórax é o acúmulo de sangue dentro do tórax, mais especificamente na cavidade pleural, onde ficam os pulmões. Esse acúmulo de sangue atrapalha a respiração do animal e pode levá-lo rapidamente à insuficiência respiratória.

Entre as principais causas estão:

  • Acidentes (como atropelamentos ou quedas)

  • Tumores

  • Intoxicações

  • Problemas na coagulação do sangue

⚠️ Sintomas que Devem Acender o Alerta

Se o seu cão ou gato apresentar qualquer um dos sintomas abaixo, procure atendimento veterinário imediatamente:

  • Respiração rápida ou difícil

  • Cansaço extremo

  • Gengivas pálidas ou arroxeadas

  • Falta de ar

  • Desmaios ou fraqueza repentina

  • Comportamento apático ou letárgico

Esses sinais podem indicar que o pulmão não está conseguindo expandir corretamente por causa do sangue acumulado.

🏥 O que é feito no tratamento?

O tratamento depende da causa, mas geralmente inclui:

  • Estabilização do paciente

  • Retirada do sangue do tórax com técnicas específicas

  • Controle da causa do sangramento

  • Exames complementares como raio-x, ultrassom e exames laboratoriais

  • Em alguns casos, pode ser necessário cirurgia

Quanto mais rápido for o atendimento, maiores são as chances de recuperação.


📚 Quer entender melhor essa condição?

No meu blog, publiquei um artigo técnico e completo sobre Hemotórax em Cães e Gatos: Abordagem Clínica, Diagnóstico e Tratamento, ideal para quem busca um conteúdo aprofundado ou é estudante/profissional da área.

👉 Hemotórax em Cães e Gatos: Abordagem Clínica, Diagnóstico e Tratamento

👨‍⚕️ Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior – CRMV 23098
📍 Atendimentos veterinários em domicílio – Mogi das Cruzes, Suzano e região



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Distúrbios Respiratórios em Pequenos Animais Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶

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Distúrbios Respiratórios em Pequenos Animais: Abordagem Técnica sobre Dispneia, Taquipneia e Respiração Ofegante em Cães e Gatos

Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior – Médico Veterinário – CRMV 23098
www.doutordosanimais.com.br
@roque_junior_veterinario



Resumo

Distúrbios respiratórios são queixas comuns na clínica de pequenos animais e podem representar desde alterações benignas até emergências graves. Entre as manifestações clínicas mais frequentemente observadas estão a dispneia, taquipneia e a respiração ofegante. O reconhecimento precoce e a diferenciação desses sinais são essenciais para o diagnóstico preciso e o manejo adequado. Este artigo apresenta uma abordagem técnica sobre essas alterações, suas principais causas, métodos diagnósticos e condutas recomendadas na rotina veterinária.


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1. Introdução

A avaliação da função respiratória em cães e gatos exige atenção redobrada, pois alterações no padrão respiratório podem ser os primeiros sinais de doenças graves. Termos como dispneia, taquipneia e respiração ofegante são frequentemente usados, mas exigem definições precisas para uma comunicação clínica eficiente e adequada tomada de decisão.


2. Definições e Diferenças Clínicas

2.1 Dispneia
Dispneia é definida como a dificuldade respiratória perceptível, geralmente associada a esforço visível, uso de musculatura acessória e desconforto do animal. Pode ser inspiratória, expiratória ou mista, dependendo da localização da obstrução ou disfunção.

2.2 Taquipneia
Taquipneia é caracterizada por aumento da frequência respiratória, sem necessariamente estar associada a esforço ou desconforto evidente. É um sinal precoce de hipóxia, acidose metabólica, dor, febre ou estresse.

2.3 Respiração Ofegante
A respiração ofegante, muitas vezes confundida com taquipneia, envolve respiração superficial, acelerada e geralmente acompanhada de bocejos, boca aberta e ruídos, sendo comum em situações de estresse térmico, dor ou insuficiência cardíaca.


3. Etiologias Comuns

Causa Dispneia Taquipneia Respiração Ofegante
Doenças cardíacas
Doenças pulmonares
Obstruções de vias aéreas
Dor ou estresse
Hipotermia/hipertermia
Anemia ou hipóxia

4. Diagnóstico Diferencial

A anamnese e o exame físico são fundamentais. Atenção especial deve ser dada a:

  • Sons respiratórios (estridor, roncos, estertores)

  • Cor da mucosa (cianose, palidez)

  • Presença de secreções nasais ou tosse

  • Postura ortopneica

  • Sinais de esforço respiratório

Exames complementares indicados incluem:

  • Radiografia torácica

  • Hemogasometria

  • Ecocardiograma

  • Hemograma completo

  • Oximetria de pulso

  • Endoscopia (em casos de obstrução alta)


5. Condutas e Tratamento

Dispneia: é considerada emergência clínica. O manejo imediato inclui:

  • Oxigenioterapia (máscara, tenda ou cateter)

  • Minimizar o estresse (ambiente calmo e escuro)

  • Medicação específica conforme etiologia (diuréticos, broncodilatadores, anti-inflamatórios)

Taquipneia: requer investigação das causas sistêmicas. Pode ser tratada com:

  • Analgesia

  • Controle de temperatura

  • Suporte circulatório

Respiração Ofegante: pode requerer desde suporte sintomático (resfriamento, analgesia) até intervenção específica (drenagem de tórax, tratamento cardíaco).


6. Considerações Finais

O reconhecimento precoce dos padrões respiratórios alterados permite intervenções mais eficazes e pode salvar vidas. Veterinários clínicos devem estar preparados para diferenciar os sinais e agir com rapidez, utilizando todos os recursos diagnósticos disponíveis. A educação do tutor sobre sinais de alerta respiratórios também é essencial para promover a detecção precoce e o encaminhamento imediato.


Referências Bibliográficas

  1. Tilley, L. P., & Smith, F. W. K. (2016). Manual de Cardiologia Veterinária para Pequenos Animais. Roca.

  2. Ettinger, S. J., & Feldman, E. C. (2017). Tratado de Medicina Interna Veterinária – Doenças do Cão e do Gato. Elsevier.

  3. King, L. G. (2013). Texto de Urgências e Emergências em Pequenos Animais. Manole.


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