Dermatites alérgicas em pets: como identificar e tratar com base científica
Por Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior – Médico Veterinário | CRMV 23098
As dermatites alérgicas estão entre os problemas de pele mais comuns em cães e gatos. Elas causam coceira intensa, vermelhidão e desconforto, afetando diretamente a qualidade de vida dos pets. Neste artigo, vamos explicar de forma clara e científica como identificar, diagnosticar e tratar esse tipo de dermatite — sempre com a orientação de um médico-veterinário.
O que são dermatites alérgicas?
As dermatites alérgicas são reações inflamatórias da pele causadas por uma resposta exagerada do sistema imunológico a substâncias normalmente inofensivas, como pólen, ácaros, alimentos ou picadas de pulgas.
As principais formas de dermatite alérgica em pets incluem:
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Dermatite Alérgica à Picada de Pulga (DAPP)
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Dermatite Atópica Canina ou Felina (DAC/DAF)
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Alergia Alimentar
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Dermatite de Contato (mais rara)
Sinais clínicos mais comuns
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Prurido (coceira intensa), especialmente em orelhas, patas, abdômen e base da cauda
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Lambedura ou mordedura excessiva
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Vermelhidão, feridas, crostas ou perda de pelo
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Infecções secundárias por bactérias ou fungos (ex: piodermite, Malassezia spp.)
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Otites recorrentes (em especial nos casos de dermatite atópica)
🔬 Importante: Os sinais podem variar de acordo com o tipo de alergia e a espécie (gato ou cachorro), e muitas vezes se sobrepõem.
Diagnóstico diferencial: um passo essencial
O diagnóstico deve sempre ser feito por um veterinário. Isso porque não existe um exame único que detecte todas as causas de dermatite. O processo pode incluir:
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Anamnese completa (histórico do animal, ambiente, dieta)
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Exame clínico detalhado
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Raspado de pele, citologia ou cultura para excluir ectoparasitas ou infecções secundárias
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Teste de exclusão alimentar (para identificar alergia alimentar)
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Testes intradérmicos ou sorológicos (para diagnóstico de dermatite atópica)
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Controle de pulgas rigoroso para descartar DAPP
Tratamento: abordagem personalizada e contínua
🧪 1. Controle do agente causador
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Pulgas: uso de antiparasitários eficazes (ex: isoxazolinas) para todos os animais do ambiente
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Alergia alimentar: dieta hipoalergênica com proteína hidrolisada ou nova fonte proteica por 8-12 semanas
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Dermatite atópica: manejo ambiental e identificação de alérgenos (quando possível)
💊 2. Terapia medicamentosa
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Antihistamínicos (com eficácia limitada)
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Corticosteroides (uso com cautela)
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Oclacitinib (Apoquel®) ou Lokivetmab (Cytopoint®) para casos moderados a graves
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Ácidos graxos essenciais (ômega 3 e 6) como adjuvantes
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Antibióticos ou antifúngicos (em casos de infecção secundária)
🛁 3. Cuidados tópicos
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Banhos terapêuticos com shampoos antialérgicos ou antifúngicos
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Sprays, loções ou hidratantes dermatológicos veterinários
Dermatite alérgica em gatos: atenção redobrada
Nos gatos, a dermatite alérgica pode se manifestar como complexo granuloma eosinofílico felino, lesões de lambedura intensa, alopecia simétrica ou ulcerações. O diagnóstico e tratamento seguem os mesmos princípios, mas exigem maior atenção, pois os felinos são mais sensíveis a alguns medicamentos.
A importância do acompanhamento veterinário
A dermatite alérgica não tem cura definitiva, mas com diagnóstico precoce e tratamento individualizado, é possível controlar os sintomas e proporcionar bem-estar ao pet.
Nunca medique seu animal por conta própria. O uso inadequado de corticoides, antibióticos ou antipulgas pode agravar o quadro ou causar efeitos colaterais graves.
Conclusão
Se o seu cão ou gato apresenta coceira frequente, lesões na pele ou lambedura excessiva, procure um médico-veterinário. O tratamento correto, com base científica e ajustado para o perfil do seu pet, pode fazer toda a diferença.
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